Sunday, February 19, 2006

O melhor dos mundos implodiu ontem e fui eu que avisei

Continuou caminhando. A chuva caia tímida e molhava lentamente toda a gente que ignorava sua presença e constância. De repente, parou e observou com interesse uma vitrina embassada pela chuva. Lá estava ele, costumeiramente vestindo azul, falando sobre tragédias ou sobre alguma bobagem de alguma parte do mundo. Dessa vez estava dentro de seu blusão azul, que ela havia lhe presenteado no último dia de Ação de Graças; apesar de sua relutância em aceitar, lá estava ele com o blusão.
Era como se fosse um recado, um pedido, algo que lhe fizesse acreditar que por algum motivo pensava nela.
O ar quente de sua respiração fazia sua mão tocar o vidro e limpá-lo constantemente. E se ele simplesmente usasse o blusão por ser o mais quente, por ser o que estava limpo ou alguma razão comum ou óbvia demais pra ser levada em consideração?
Ela nunca saberia e, mais, não ousaria perguntar.
O homem do tempo apareceu abruptamente dando fim ao pequeno devaneio de Claire. Tempo instável e temperatura em declínio para as próximas horas. Bon soir.